Tornar acessível a compreensão do exame urodinâmico e mostrar sua utilidade clínica são os objetivos do livro Atlas de Urodinâmica: práticas clínicas de consultório para urologistas e ginecologistas. Os autores, Marcelo Thiel e Edson Soares, reuniram os tópicos mais importantes da Urologia nas áreas de disfunções miccionais, Urologia feminina e Uroneurologia. Este livro representa uma revisão abrangente do valor da urodinâmica e da disfunção do trato urinário inferior, ambas como um auxílio diagnóstico e um guia terapêutico. O sumário dessa obra mostra uma vista panorâmica da doença urológica e o papel da urodinâmica nestas doenças específicas. A experiência dos autores é bastante ampliada com o uso pleno e extensivo de casos que demonstram os pontos de aprendizado gerais relacionados com a utilização da urodinâmica na disfunção do trato urinário inferior. Condições e distúrbios funcionais em ambos os sexos são considerados nos fenômenos de armazenamento e esvaziamento vesical, agregando ainda temas pertinentes para fins de análise. Nesta época de reconsideração de todos os tipos de intervenção médica, um guia como este é fundamental para definir o papel dessa tecnologia, às vezes subvalorizada em demasia, que é a urodinâmica. É fundamental lembrar que os sintomas são apenas isso. Objetificação, que envolve o uso de urodinâmica em casos apropriadamente selecionados, é fundamental para compreender as disfunções subjacentes que causaram os sintomas do paciente e que são resultantes da desordem funcional apresentada. Este é um texto útil e de valor para urologistas e outros profissionais que trabalham com disfunções miccionais e incontinência urinária em todo o mundo. O estudo urodinâmico evoluiu significativamente, desde a sua origem conceitual no início do século vinte. O primeiro aparelho urodinâmico, o cistômetro, foi desenvolvido em 1927 por Rose com o objetivo de obter a pressão intravesical durante a fase de enchimento e esvaziamento da bexiga. Em seguida, desenvolveu-se o urofluxômetro, utilizado para medir o fluxo urinário, introduzido na prática clínica por Drake em 1948. No ano de 1956, von Garrelts aperfeiçoou a versão inicial, desenvolvendo um urofluxômetro eletrônico. Através dele, a medida do fluxo urinário era obtida em tempo real graças ao cálculo do aumento do peso da urina coletada em um recipiente. Em 1955, Franksson e Peterson foram os primeiros a ingressar no campo da Neurourologia, usando a eletromiografia (EMG) para registrar a atividade muscular no momento da micção. A visualização do trato urinário inferior durante a micção iniciou-se com a cinerradioscopia, em 1954, por Hinman e Miller. A integração desse método de imagem com o estudo fluxo-pressão e, posteriormente, com o perfil pressórico uretral, foi preconizada por Miller. Por fim, em 1970, em Londres, Turner-Warwick e Whiteside aperfeiçoaram esse conceito.
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