A autora nos oferece neste livro uma verdadeira viagem existencial e psicanalítica! Seu campo inicial de formação é a filosofia, na sua querida Maria Antônia, então sede da FFCL-USP, que lhe ofereceu sólido terreno para reflexão e consciência política. Considera que o fundamental para um psicanalista é sua liberdade de pensamento, sua criatividade e sua capacidade de dedicação. Propõe a diversidade teórica nos institutos de formação, para dar conta da complexidade da mente humana, enfatizando a importância da intuição e do sonho para que se possa “tocar o fundo da alma”. Partindo das lembranças infantis, ela penetra primeiramente no universo da análise de crianças, sua “porta de entrada”, após um curso de especialização em Psicologia Clínica na USP. Dedica-se às “tragédias precoces” observadas nas crianças muito comprometidas no desenvolvimento emocional. A análise de crianças e de adolescentes vai permanecer como elemento fundamental de sua identidade psicanalítica. A autora nos mostra como a clínica ultrapassa em muito as teorias, colocando a necessidade de evitar o que chama de formatação e recomendando uma correlação possível de teorias, que se integram em sua mente de maneira pessoal e original. Ressalta a importância da dimensão temporal no processo analítico, de um término, ou seja, de uma análise que não se prolongue eternamente: "lidar com os resíduos transferenciais, criando uma originalidade de pensamento” e proporcionando “o reconhecimento de um núcleo original, próprio de cada paciente”.
Maíra
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Nenhuma curtida