A presente coletânea tem por objetivo analisar os desafios na construção de cuidados em saúde mental adequados à realidade brasileira. Tomando a pandemia como um acontecimento político-social – e não apenas biológico –, que demandas vêm sendo apresentadas aos psicólogos e à prática clínica?... Aderir e se distanciar: este foi o desafio proposto para a escrita destes textos. A pandemia nos interpela a todo instante; se produz isolamento e morte, produzimos encontros e vida. Partindo de diferentes referenciais e estilos, atrelados a vivências pessoais e profissionais, os textos apostam na (necessária) possibilidade inventiva a que este enredo nos convoca. Ainda que, em algum momento, essa pandemia possa ser desdeclarada, estamos interessados em pensar sobre seus possíveis impactos para as psicologias brasileiras, ou ainda, aproveitar esses tempos inusitados para, quem sabe, poder estranhar nossas práticas naturalizadas nos tempos ditos normais, essa palavra hoje tão cara e, ao mesmo tempo, tão perigosa. Se é que a pandemia vai passar, que este movimento não passe.3*
Dailza Pineda
Psicóloga e Mestre em Psicologia Escolar, ambos pelo IPUSP. Especialista em Psicologia Social pelo CFP. Psicóloga e psicanalista, atuando em políticas públicas de assistência social e de saúde, e consultório particular.
Luiz Fernando de Oliveira Saraiva
Psicólogo, Mestre em Psicologia Escolar, Doutor em Psicologia Social, ambos pelo IP-USP. Pós-doutor em Educação pela FE-USP. Psicoterapeuta. Organizador dos livros “Assistência social e psicologia: (des)encontros possíveis” (Blucher, 2017) e “Família, conservadorismo e contemporaneidade” (Benjamin, 2017).
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