Entre a realização do IV Encontro Internacional e XI Encontro Nacional sobre o Bebê em 2018, cujo tema era Quem é o bebê hoje: a construção do humano na contemporaneidade, e a organização deste livro, fomos atravessados por uma crise sanitária para a qual tornou-se difícil prever todas as consequências sociais, econômicas, políticas e subjetivas. Essa crise veio também revelar nossas fragilidades, vulnerabilidades e falhas. Nessa perspectiva, ela colocou em questão a estruturação do espaço e do tempo que organiza socialmente nossos movimentos e nossas maneiras de estar no mundo. Ela abalou assim o enquadre constitutivo da nossa sociedade, nossos grupos de pertencimento, nossas relações familiares, sociais e de trabalho. Como considerar essas perturbações sobre o que os bebês vivenciaram?Nos perguntamos então de que contemporâneo falamos em 2022? Novas questões, novos dilemas, até que ponto as reflexões feitas em 2018, poderiam nos orientar para o momento? Entendemos que muitos dos trabalhos apresentados no Encontro trouxeram reflexões relevantes no que diz respeito à prática com bebês, respeitando o princípio fundamental de que o bebê humano se constitui no campo da intersubjetividade, no encontro de olhares, toques, sons, sensações, ritmos compartilhados com os pais ou com seus cuidadores de referência.
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