O emprego de conceitos psicanalíticos para apreender algo da vida social e da criação cultural, além de iluminar ângulos delas talvez inacessíveis de outro modo, reverbera sobre a própria Psicanálise, refinando seus instrumentos e aguçando a percepção de quem os utiliza. Os ensaios aqui reunidos buscam explorar alguns problemas que permitem verificar esta hipótese, ou melhor, essa aposta na fecundidade do encontro entre temas e noções que à primeira vista não parecem prometidos uns aos outros. Analisar é separar, dissolver, desligar, mas também é abrir espaço para que se estabeleçam novas conexões e para que se instaurem significações inéditas. Se em alguma medida elas puderem ser vislumbradas nos textos que se seguem, eles terão cumprido sua função: abrir perspectivas das quais possam surgir novas contribuições e novos problemas.Renato Mezan
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